quarta-feira, 24 de março de 2010

TRÂNSITO DE SÃO PAULO É O VILÃO DA CIDADE


As vítimas fatais são sete vezes mais que as de acidentes aéreos

Na última quarta-feira, 17, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) anunciou o reflexo do caos no trânsito de São Paulo. Nas raias quilométricas de carros que se espalham pela cidade, a junção da imprudência e a falta de paciência fazem com que o número de vítimas fatais cresça a cada dia.

Para quem tem medo de se locomover de avião, os dados mostram que o trânsito é mais perigoso. Em 2009, 1.382 pessoas se tornaram vítimas fatais no trânsito, enquanto que em 2007, foram 199 indivíduos que tiveram suas vidas interrompidas por acidente aéreo. Isto significa que o transporte aéreo é sete vezes mais seguro do que dirigir ou simplesmente ser um passageiro no caótico trânsito da cidade.

No caso dos pedestres, os dados se mantiveram praticamente estáveis. Foram 671 mortes em 2009, uma a mais que no ano anterior.

A surpresa ficou por conta dos números que refletem os acidentes que envolvem motocicletas. Houve uma diminuição nos números de vítimas fatais. Foram 428 em 2009, cinqüenta a menos que no ano anterior. Este é um fato inédito desde que o levantamento foi realizado.

Os números são aterrorizantes devido ao grande número de novos veículos e motocicletas que trafegam diariamente na cidade. Estima-se que São Paulo possui uma frota de 900 mil motocicletas. Na correria do motorista paulistano, quem acaba sendo o maior prejudicado é o pedestre. Os dados mostram que o índice de morte em São Paulo é de 2,07 que para cada 10 mil veículos. Esta informação revela que está superior à média de outros países como EUA (1,60), Espanha (1,14) e Alemanha (0,89).

Sendo os motociclistas os grandes vilões do trânsito, o secretário de Transportes do Município, Alexandre  Moraes, anunciou ontem, 20 de março, a decisão de adiar entre 30 e 45 dias a proibição de circulação das motocicletas na Avenida 23 de Maio. Com essa decisão, o novo prazo foi prolongado para 90 dias após a data de anúncio. A finalidade da Secretaria Municipal de Transportes é incentivar os motoboys a trafegarem pela motofaixa criada do Parque do Ibirapuera, passado pela Rua Vergueiro e chegando à Praça João Mendes.

Com o objetivo de diminuir o número de vítimas fatais na América Latina, o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento revelou na última sexta-feira, 19, que apoiará ações de combate ao crescente número de vítimas fatais. Dentre as cidades que receberão o apoio, estão Belém e Brasília.

terça-feira, 23 de março de 2010

GLAUCO E GERALDÃO: PERSONAGENS ETERNIZADOS

 No dia 12 de Março de 2010, a cultura brasileira perdeu um de seus grandes cartunistas, faleceu Glauco Vilas-Boas, 53 anos. Foi morto a tiros junto com seu filho Raoni Villas Boas, 25 anos, na frente da esposa.

O criador se foi, porém, seus trabalhos marcaram épocas distintas e ficarão para sempre eternizados.

O jornalista José Hamilton foi quem viu no paranaense Glauco, um grande talento para se tornar um cartunista. O lançou nas páginas dos jornais e, em 1976, ganhou notoriedade ao ser premiado no Salão de Humor do Brasil, em Piracicaba, interior de São Paulo. No ano seguinte, Glauco começou a ter seus trabalhos publicados pela Folha de S. Paulo esporadicamente e, em 1984, a Folha publicava suas charges diariamente. Também trabalhou na TV Pirata e TV Colosso.

Glauco criou vários personagens, como Dona Marta, Casal Neuras, Zé do Apocalipse, Zé Malária, Faquinha e muitos outros. Destaque para o Geraldão, seu principal personagem que fora criado em 1981, para o livro Minorias do Glauco. Geraldão faz muito sucesso até os dias de hoje. Trata-se de um trintão, solteiro que, apesar de muitas intrigas, nunca saiu debaixo da saia da mãe. Consome bebida alcoólica, fuma, sempre ataca a geladeira e ingere todos os remédios que vê pela frente. Não é um personagem que seja exemplo, mas é muito encontrado por aí. Reflete-se um velho aos trinta anos, sem atitude e cheio de vícios. Era um idoso quando usava uma calça sem elástico, hoje está “gagá”, pois gosta de andar pelado.


Com o passar dos anos, cada vez mais as pessoas fazem parte do entorno do Geraldão. Muitas são as mães que reclamam da bagunça em que o filho “trintão” faz em casa e, passam o dia arrumando. Não deixam sequer o filhão arrumar uma namoradinha. Com tanta pressão materna, a Sõnia Braga (boneca inflável) acabou sendo a primeira paixão de Geraldão. Anos mais tarde, surgiu a Sharon Stone 1.8, uma boneca mais atualizada que acabou aposentando a Sônia Braga.

A grande preocupação de Glauco era a falta de sintonia na linguagem transmitida pelos desenhos com as novas gerações.