terça-feira, 23 de março de 2010

GLAUCO E GERALDÃO: PERSONAGENS ETERNIZADOS

 No dia 12 de Março de 2010, a cultura brasileira perdeu um de seus grandes cartunistas, faleceu Glauco Vilas-Boas, 53 anos. Foi morto a tiros junto com seu filho Raoni Villas Boas, 25 anos, na frente da esposa.

O criador se foi, porém, seus trabalhos marcaram épocas distintas e ficarão para sempre eternizados.

O jornalista José Hamilton foi quem viu no paranaense Glauco, um grande talento para se tornar um cartunista. O lançou nas páginas dos jornais e, em 1976, ganhou notoriedade ao ser premiado no Salão de Humor do Brasil, em Piracicaba, interior de São Paulo. No ano seguinte, Glauco começou a ter seus trabalhos publicados pela Folha de S. Paulo esporadicamente e, em 1984, a Folha publicava suas charges diariamente. Também trabalhou na TV Pirata e TV Colosso.

Glauco criou vários personagens, como Dona Marta, Casal Neuras, Zé do Apocalipse, Zé Malária, Faquinha e muitos outros. Destaque para o Geraldão, seu principal personagem que fora criado em 1981, para o livro Minorias do Glauco. Geraldão faz muito sucesso até os dias de hoje. Trata-se de um trintão, solteiro que, apesar de muitas intrigas, nunca saiu debaixo da saia da mãe. Consome bebida alcoólica, fuma, sempre ataca a geladeira e ingere todos os remédios que vê pela frente. Não é um personagem que seja exemplo, mas é muito encontrado por aí. Reflete-se um velho aos trinta anos, sem atitude e cheio de vícios. Era um idoso quando usava uma calça sem elástico, hoje está “gagá”, pois gosta de andar pelado.


Com o passar dos anos, cada vez mais as pessoas fazem parte do entorno do Geraldão. Muitas são as mães que reclamam da bagunça em que o filho “trintão” faz em casa e, passam o dia arrumando. Não deixam sequer o filhão arrumar uma namoradinha. Com tanta pressão materna, a Sõnia Braga (boneca inflável) acabou sendo a primeira paixão de Geraldão. Anos mais tarde, surgiu a Sharon Stone 1.8, uma boneca mais atualizada que acabou aposentando a Sônia Braga.

A grande preocupação de Glauco era a falta de sintonia na linguagem transmitida pelos desenhos com as novas gerações.

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